segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Seis Anos de Namoro

Precisamente no dia 15 de Fevereiro de 2004, após um caloroso culto de domingo, saía da Igreja conversando com um amigo, quando senti alguém abraçar-me e dizer que esperaria-me para levá-la em casa. É necessário que eu relate como aconteceu até que chegasse esse dia...
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Depois de passar por um namoro conturbado, vendo-me impulsionado por Deus a pôr um fim no relacionamento, passei a tirar alguns períodos específicos de oração sobre o assunto. Pedia a Deus que tirasse o sentimento que tinha no meu coração e que me desse forças para suportar as conversas que surgiriam, afinal, era eu o líder de jovens de um setor com oito congregações.

Consegui vencer aquele difícil período, continuando em oração, pois reconhecia a necessidade de casar-me, constituindo uma família e realizar-me familiar, física e ministerialmente.

Oito meses se passaram e comecei a gostar de uma jovem na Igreja. Muito bela, a moça prendia-me a atenção a cada culto que ia. Meus olhos procuravam-na em cada reunião da Igreja e meu coração acelerava cada vez que a via. Como estava liderando os jovens, era comum abraçá-los em reuniões e despedidas, e algumas vezes abracei aquela moça. Não posso negar, mas eu tinha muitas outras intenções com ela.

Realizávamos vigílias de oração e algumas vezes tive a oportunidade de conduzi-la até a sua casa até que um dia depois da oração, a convidei para acompanhar-me num culto onde eu iria pregar em outra Igreja. Ele aceitou, e conforme o combinado, fui buscá-la. Quando chegamos à Igreja, mesmo sem namorar ainda, o dirigente do culto apresentou-nos como namorados (risos). Eu corei de vergonha.

Depois daquele culto, retornamos para sua casa e foi lá, pela primeira vez que nos beijamos. Vou ser sincero, apesar de estar gostando muito daquela moça, não tinha a menor idéia de que iria dar certo namorar com ela. Minhas condições, na época, em anda me favorecia para que viesse a namorar uma moça tão bonita. Mas naquele dia aconteceu.

A segunda-feira me pareceu uma eternidade. Na terça-feira, fui à Igreja e para minha alegria lá estava ela. Aí, eu volto ao início da história. Após o culto ela abraçou-me e disse-me para levá-la em casa e eu fui. Saí da Igreja meio acanhado, pois os mais próximos de mim já sabiam que eu estava gostando dela. Quando chegamos a sua casa, conversamos bastante. Na hora da despedida, perguntou-me se eu não pediria para namorar com ela. Isso mesmo, eu esqueci-me de pedi-la em namoro, mas agora eu o fiz.

- Quer namorar comigo? perguntei.

- Não! respondeu ela.

Eu desanimei, fuquei meio sentido, mas ela disse-me:

- Pergunta de novo!

- Quer namorar comigo? perguntei de novo.
- Não! respondeu ela mais uma vez.

Sentindo-me arrasado, ela disse-me:

- Pergunta de novo!

- Quer namorar comigo? perguntei pela terceira vez, já sem nenhuma esperança.
- Não! respondeu ela pela terceira vez.

Naquele momento, o chão faltou-me aos pés. Levantei-me do lugar que estávamos sentados e arrumei-me para ir embora, mas ela segurou-me e disse:

- Está desistindo muito fácil. Pergunta de novo!

- Quer namorar comigo? perguntei, disposto a fazê-lo pela última vez.
- Sim! respondeu ela e com um beijo, selou nosso começo de namoro.

De lá pra cá, passamos por muitas provações. Vários disseram que nosso namoro duraria apenas alguns meses. Sua família nos atrapalhou em muitas coisas, mas conforme vinham as perseguições, vinham também grandes vitórias. Nos quatro anos de namoro, dois eu fiquei desempregado, sem condições de oferecer-lhe um bombom.

Marquei várias vezes o casamento. Meu pastor desacreditou que um dia fôssemos casar. Dia 5 de janeiro de 2008, fomos ao cartório e demos entrada no processo de casamento. Era o que precisava para que começasse a experimentar as bençãos de Deus para nossas vidas.

Final de fevereiro do mesmo ano, alugamos um apartamento para morarmos. Dia 6 de abril, num culto em que preguei uma mensagem sobre o amor, noivamos perante Deus e a Igreja, com a presença de nossos pais e amigos.

Aos 26 dias de Abril de 2008, Vinte dias após o noivado, perante o Pastor Antonio Baltazar Cardoso de Oliveira e de várias testemunhas, contraímos núpcias, constituindo família com a benção de Deus. Seu nome passou de Ana Sara Rego Parente para Ana Sara Rego Parente Ramos e eu fiz questão de passar a escrever com o seu sobrenome também , passando de Nilonei Ramos da Silva para Nilonei Ramos da Silva Parente.

Todos os dias, rendo graças a Deus pela esposa que Ele deu-me. Pela sua paciência, seu amor, seu carinho e seu cuidado por mim. Ainda não ampliamos a família, mas existe um projeto em andamento. Estamos esperando no Senhor.

Para finalizar, escrevo abaixo uma das inúmeras cartas que lhe escrevi durante o período de namoro.

Já ouvi muita coisa...

Com dois anos, oito meses e onze dias de namoro, eu já ouvi muita coisa. Tive momentos de tristeza, puxa, mas as alegrias superaram a todos aqueles. Já tive tempo de chorar dias, mas como me senti curado como um beijo teu! Gabo-me ter te conhecido. Exibo-me mais ainda em poder dizer a muitos que você é minha namorada. Já te escrevi tantas coisas em cartões (pequenos, grandes, bem grandes), folhas de A4, e até em bloco de recados de loja. Hoje, no entanto, quero poder dizer o que já ouvi de você. Sim, porque ontem (depois de dizer “sim” a pergunta “quer namorar comigo?”) saiu de seus lábios a coisa mais doce que já ouvi até hoje!

Já ouvi muita coisa...

Já ouvi você dizer que gosta de mim (confesso que no começo nem acreditava, mas hoje...).

Já ouvi você dizer que sou importante (obrigado por fazer isso comigo).

Já ouvi você dizer que sou inteligente (não sei se concordo, mas que acertei quando te achei, isso eu não posso negar).

Já ouvi você perguntar qual a minha gravata favorita (no outro dia você a trouxe bordada com o seu nome e ela tornou-se meu sinal de “tudo bem”; quando estou muito feliz, é ela que eu uso!).

Já ouvi, por um cartão que me deu no dia do meu primeiro aniversário que comemoramos juntos, você dizer que “adora meu jeito simples de te fazer feliz” (pensava que tinha sido só um cartão, é?).

Já ouvi você dizer a uma amiga sua que sou um namorado “fashion” (só depois descobri que essa palavra tem um significado bem legal).

Já ouvi você dizer que quer namorar muito comigo (acho dez cada momento que passamos juntos).

Já ouvi você dizer que quer casar comigo (lembra da primeira vez que você disse isso?).

Já ouvi você dizer, pelo livro que me deu, que eu sou o melhor namorado (fez-me sentir tão feliz!).

Coisa pra caramba, não? Pois é, mas ontem disse algo que jamais tinha dito. Sempre pensei que me acharia soberbo eu dizer que te mereço, mas não foi o que ouvi. Depois de um tempinho de silêncio, você disse: “eu te mereço!” Você não sabe como isso mexeu comigo. Estou sob efeito até agora.

Nossas diferenças têm sido superadas e me sinto mais ligado a você do que antes. Fico feliz pelo trato e amor que dispensamos um ao outro. Nunca brigamos, nem alteramos a voz, e se, no meio de uma conversa nos desentendemos, optamos pelo beijo e abraço. Como é bom optar por isso!

Hoje, mais que antes, quero te dizer, do fundo meu coração, TE AMO! Te amo muito! Quer casar comigo?

Você é mais do que sonhei.

Nilonei Ramos, teu namorado.

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