ACONSELHAMENTO EM PRÁTICA
Paul Holf em seu livro: “O PASTOR COMO CONSELHEIRO”, traz como exemplo, o seguinte diálogo:
Pastor, sinto-me muito nervosa; não durmo nem como bem __ disse uma jovem de 21 anos.
O pastor respondeu:
__ Você está preocupada com alguma coisa, não é Suzana? Certamente você está tendo muito no que pensar, porque faltam menos de três semanas para você se casar com Carlos, não é isso?
Suzana abriu o seu coração durante a conversa. Contou ao Pastor que tinha dúvidas quanto a se deveria ou não casar-se com Carlos. Quando este demonstrou interesse em namorá-la, resolveu consagrar sua vida ao ministério pastoral. Matriculou-se no instituto bíblico no qual Suzana estudava, e logo conquistou o coração da moça e se comprometeu em casar-se com ela.
Mas logo Suzana começou notar que a espiritualidade de Carlos necessitava de profundidade. E ela fez a si mesma a seguinte pergunta: “Será que Carlos resolveu dedicar-se ao ministério somente para casar-se comigo?” Ela também começou a perceber que ele era imaturo e desequilibrado emocionalmente. Não conseguia se manter por mais de dois meses em nenhum emprego. Porém ela resolveu não refletir muito sobre esses problemas, e passou a dizer a si mesma: “Ele mudará”. Faltando quatro semanas para a data do casamento, Carlos gastou todo o seu dinheiro comprando um velho automóvel. E teve que assumir pesadas prestações mensais até saldar a dívida.
__ Não temos onde viver, não temos móveis nem os demais utensílios domésticos, e parece que temos de viver do que eu ganho __ disse Suzana. __ Agora vejo o quanto errei ao ter concordado em casar com ele!
O PASTOR: __ Mas Susana, você ainda tem tempo para corrigir o que parece ser um erro.
SUZANA: __ Tenho refletido muito sobre isto, pastor, mas já enviei todos os convites para o casamento. O que os meus parentes e amigos vão pensar?
O PASTOR: __ Bom, o casamento de um crente é algo permanente. Se você cometer um erro agora terá que sofrer as conseqüências pelo resto da vida. Você não acha que o seu futuro é mais importante do que a opinião de seus amigos e parentes?
SUZANA: __ É sim, pastor. Sei que devo acabar o meu noivado com Carlos, mas creio que não poderei suportar a vergonha e as fofocas que surgirão. Será que não existe uma solução menos traumatizante para o meu caso? Não sei o que fazer.
O PASTOR: __ E o que você acha da idéia de expor suas dúvidas ao Carlos, e adiar por tempo indeterminado a data do casamento? Em seguida você envia uma nota aos convidados informando-lhes de sua decisão. Não é necessário explicar o motivo. E assim você terá tempo para tomar uma decisão mais concreta.
SUZANA: __ Excelente sugestão, pastor. Muito obrigada. É isto que eu farei.
Suzana falou com o seu noivo e os dois decidiram adiar o casamento. No final de seis semanas, eles acabaram o noivado. Carlos abandonou os estudos no seminário, e Susana escreveu ao seu pastor agradecendo-o pelo fato de ele a ter encorajado a realizar o que ela sabia que era necessário. Este é um exemplo que um Conselheiro Cristão pode realizar, em seu trabalho.
Vemos que ao pedir ajuda, o pastor percebeu o nervosismo da jovem. Sua ansiedade não era algo comum. O pastor pensou: “Se eu orar a Deus para que ele cure o seu nervosismo, sem o seu problema ser solucionado, será tão inútil como pedir ao médico que elimine o sintoma sem curar primeiramente a enfermidade”.
A partir de então, o pastor abriu a porta para que a jovem expusesse o seu problema. Suzana fala das dúvidas com relação ao seu futuro casamento.
Em seu diálogo com o pastor, Suzana viu com mais clareza o problema, não teve dúvida do desastre que se avizinhava e tomou uma sábia decisão.
Nessa história, o que fez o pastor? Ele não disse muita coisa, mas, deu à jovem oportunidade dela abrir o seu coração e falar.O ouvido atento do pastor e sua compreensão encorajaram Susana a trazer à luz os temores que ela havia tentado ignorar. Ao concluir, o pastor fortalece-a e sugere um modo menos traumático de realizar o que ela almejava fazer.
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