Guardo comigo a história de um pregador que, tendo
alcançado a fama, começou a envolver-se em situações que não combinavam com o
seu chamado, nem com o fato de ser cristão. Seguia o ministério da pregação sem
qualquer constrangimento e sempre muito bem sucedido: conversões,
quebrantamento, batismo com o Espírito Santo, curas. Acima de qualquer
suspeita, o pregador tinha seu ministério confirmado pelos vários sinais que o
seguiam e contava com a aprovação das igrejas por onde passava.
Mas como nada fica oculto, um dia, sem qualquer força
exterior, ele caiu em si. Sentia o peso de seus pecados pela primeira vez.
Envergonhado, abatido, pediu perdão a Deus e desejou pela primeira vez em anos,
abandonar as práticas abomináveis. Sempre que era tentado, era também vencido.
Não alcançara a libertação plena. Desejava a libertação, mas era mais forte que
ele e, por isso, continuava pesado na alma. Conforme crescia sua angústia,
também lhe aumentava a fama e seu nome era ainda mais ventilado, mantendo sua
agenda sempre cheia de compromissos.
Um dia, pesado como das outras vezes, antes de
pregar, fez a Deus uma oração. Pediu ao Senhor que lhe envergonhasse, tornasse
público o seu pecado, assim, ele acabaria com a farsa que vivia. Quando orou
assim, viu uma irmã levantar-se de seu lugar e caminhar em sua direção. Pensou:
"Deus me ouviu!". Ao aproximar-se, a irmã disse a ele que se
preparasse, que naquele dia ele seria grandemente usado nas mãos do Senhor e
que testemunharia muitos milagres. E assim foi: salvação, curas, dons
espirituais, batismos e renovo. Um culto cheio do mover de Deus. Terminando
ali, ele vai ao quarto do hotel onde estava hospedado e, quebrantado ora, até
perder as forças e dormir. Pela madrugada, acordou assustado, seu quarto estava
todo iluminado. Quando fez que ia levantar, um ser celestial tinha uma espada
ao seu pescoço e lhe disse: "Estou te esperando no dia do juízo!"
Sinceramente, não sei o fim daquele pregador, mas
considero ser uma história que retrata a vida de muitos de nós. Temos como
ministério bem-sucedido a agenda cheia e aceitação por parte dos ouvintes. Às
vezes, isso toma o lugar da piedade, da comunhão com Deus e da vida consagrada.
Começamos a pensar que por nós mesmos, somos capazes de levar adiante o
ministério, dependendo cada vez menos de Deus e cada vez mais de nossas
habilidades.
Deus vai cobrar!
E receio, com todo temor do meu coração escrevo, que
seja tarde demais. Alguns consideram impossível retirar a máscara, da
indumentária de santidade, da aparência de piedade, que nega a fé. Parece ser
impossível voltar, arrepender-se, reconsiderar e recomeçar. Esquecem que não é
por eles mesmos, é pelo Reino, pelo Rei!
Não sei qual a sua situação hoje, mas gostaria de
encorajá-lo a mudar, seguindo alguns passos:
1. Entenda que servir, tendo em vista o perdão sem
arrependimento, não funciona.
2. Pare o que está fazendo agora e só volte a
fazê-lo, quando tiver a certeza de sua reconciliação.
3. Não se permita profissionalizar o seu chamado.
Jamais!
4. Considere que, sempre que possível, é necessário
avaliar espiritualmente o ministério.
5. O sucesso ministerial não é medido apenas por
aplausos, mas por frutos e os frutos nem sempre ganham aplausos.
6. A aprovação dos homens é enganosa; a aprovação
divina abre portas impossíveis.
7. Você não precisa estar em evidência sempre. As
lições de Deus se dão no vale.
8. Reconheça no seu coração que é apenas um
instrumento de Deus.
9. Reserve tempo para oração e leitura da Bíblia.
Deus dá aos que buscam.
10. Mantenha-se dependente sempre e considere cada
oportunidade como se fosse a última.
11. Não economize em dedicação e dê tudo de si sempre
que tiver oportunidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário