sábado, 3 de março de 2012

Escola Bíblica Dominical (parte 2)

A EBD é a escola de ensino bíblico da Igreja que, evangeliza enquanto ensina, conjugando assim os dois lados da grande comissão de Jesus à igreja, conforme Mt 28.20 e Mc 16.15.

“... ensinando-vos a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado”

“Ide por todo o mundo, pregai o meu evangelho a toda criatura”

A EBD difere das demais escolas seculares pelo fato de tratar-se de ensino plenamente divino e, quando secular (humano), paralelamente, é traçado com base bíblica.

A EBD ensina o homem a ter posições ou lugar nas mansões celestiais; a escola secular ensina a alcançar êxito aqui na terra. É também a única agência de ensino a qual trata metódica e sistematicamente do estudo da Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada.

1. A Essência da EBD: O Ensino Bíblico.

Ao primeiro casal: Deus teve um cuidado todo especial em ensinar ao homem e, à primeira mulher, o caminho da obediência. Em Gn 2.16 e 17, vemos Deus ensinando ao casal de que árvores poderiam comer e da árvore que não poderiam comer. Parece que esse casal havia recebido mais instruções de Deus a respeito da família, pois ao nascer Abel, a declaração foi imediata: “Alcancei do Senhor um varão” (Gn. 4.1).

Na Era Patriarcal: Em Gn 6.13-22, Deus ensina Noé a fazer a Arca. A idéia de ensino é expressa no versículo 15 do mesmo capítulo: “desta maneira farás”. Em Gn 18.19, Deus revela sua confiança em Abraão após a sua chamada do cap. 12, onde é expresso que Abraão transmitiria o ensino aos seus filhos.

No Tempo de Moisés: Moisés recebeu de Deus a incumbência de retirar o povo do Egito, para transformá-lo em uma nação testemunha de Jeová (Dt 14.2; Rm 3.2). O Senhor lhe permitiu aprender através de um curso com duração de quarenta anos, por experiências duras, lutas, provações e dificuldades. Para se revelar, Ele se utilizava símbolos, festas e leis (Ex 12,13,16,20; Lv 23; Nm 21.4-9). Seu futuro lar seria uma escola onde os filhos aprendiam a temer a Deus (Dt 6.7; 11.18,19). Também o ensino podia ser transmitido em reuniões públicas por meio de Moisés e seus delegados (Dt 1.9-18; 31.12,13).

No Período dos Reis, Sacerdotes e Profetas: Os sacerdotes levitas eram encarregados do culto divino com sacrifícios e tinham o encargo de ensinar a Lei (Dt 24.8; 1Sm 12.23; 2Cr 15.3). Enquanto os sacerdotes faziam a intermediação entre o povo e Deus, os profetas faziam entre Deus e o povo. Os reis, quando obedientes a Deus, ajudavam aos sacerdotes e profetas na promoção do ensino. Josafá fez isso (2Cr 17.7-9) e mais tarde Davi aperfeiçoou a liturgia e o louvor no culto (1Cr 15.16; 16.4-6,37-42).

No Cativeiro Babilônico: As sinagogas foram utilizadas no exílio em substituição ao templo. Eram utilizadas como escola bíblica, casa de culto e escola pública.

No Pós-Cativeiro: Quando o povo israelita voltou do cativeiro, Deus usou Esdras e Neemias que promoveram um avivamento espiritual. Houve uma intensa disseminação da Palavra de Deus, um vigoroso ministério de ensino bíblico. Em Ne 8, temos informações detalhadas dessa escola, o primeiro movimento de ensino bíblico metódico mais parecido com a nova EBD de hoje: Esdras ensinava a Bíblia aos homens, mulheres e crianças (v.3; 12.43). Ia da manhã ao meio dia e tinha 26 ajudantes (vv. 4,7,8). O capitulo 9, registra que a operação do Espírito Santo em profundidade no meio do povo, foi resultado desse trabalho. O povo se arrependeu e confessou suas falhas.

Na Época de Jesus: Em Jesus o ensino religioso atingiu o seu ápice. Ele é o Mestre dos mestres. O Dr. Antônio Gilberto escreveu que, das 90 vezes que alguém se dirigiu a Jesus, nos Evangelhos, 60 vezes Ele é chamado de Mestre. Ele exerceu um Ministério triplo: pregava, ensinava e curava. Ele ensinava nas sinagogas (Mc 6.2), em casas particulares (Mc 2.1), no Templo (Mc 12.35), às multidões (Mc 6.34), a pequenos grupos e individualmente (Jo 3 e 4). Os discípulos de Jesus também ensinavam (At 5.21). O Ministério tríplice de Jesus foi ordenado e confiado à Igreja por Ele (Mt 28.19; Mc 16.15,18).

Na Era da Igreja: O Senhor Jesus ensinou aos discípulos e os discípulos aprenderam e perseveravam no ministério cristão (At 11.26). Eles ensinavam publicamente (At 20.20), de casa em casa (At 5.42), nas sinagogas (At 19.8) ou por intermédio de cartas doutrinárias (1Co 5.9; 12.1). Depois de tantos anos de atividades voltadas ao ensino, a Igreja arrefeceu o ensino bíblico até estacioná-lo. Heresias, superstições e até paganismo entraram nela. Abandonou o método prescrito por Jesus: o de pregar e ensinar. Ganhou fama, mas, perdeu poder. As densas trevas espirituais da Idade Média a alcançaram. Séculos depois, Deus despertou homens corajosos para promoverem uma revolução espiritual por meio do ensino e instrução religiosa. A Bíblia então esquecida, foi traduzida para a linguagem do povo.

2. A História da EBD

Sua História no Mundo:

A Escola Dominical teve sua origem na Inglaterra, com Robert Raikes, em 1780. Ela tinha o propósito de oferecer instrução às crianças pobres que trabalhavam, usando para isso o único dia livre da semana. Raikes tirava as crianças das ruas, limpando-as, alimentando-as e iniciando-as ao estudo da Bíblia. Tinha o propósito de oferecer educação básica aos que não podiam freqüentar escolas públicas. O objetivo era a Educação Cristã, isto é, transmitir o conhecimento religioso e o comportamento associado a ele à classe mais empobrecida de jovens. Fornecia um alicerce sobre o qual as crianças podiam construir suas vidas morais.

Sua História no Brasil:

Seu início se deu em 19 de Agosto de 1855, na cidade de Petrópolis no Rio de Janeiro. Seu fundador, Robert Kalley e sua esposa, a Da. Sarah Poulton, um casal de missionários escoceses, realizam a Primeira Aula de Escola Dominical para cinco crianças em sua residência, o que resultaria na Fundação da Igreja Evangélica Fluminense, embrião da Igreja Congregacional. Hoje, a Escola Dominical tem produzido excelentes resultados na vida dos alunos individualmente, na Igreja, no lar, na comunidade, através do ensino bíblico, daí apelamos a todos para que a chamemos de Escola Bíblica Dominical.

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