segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

DEUS VAI COBRAR

Nenhum texto alternativo automático disponível.

Guardo comigo a história de um pregador que, tendo alcançado a fama, começou a envolver-se em situações que não combinavam com o seu chamado, nem com o fato de ser cristão. Seguia o ministério da pregação sem qualquer constrangimento e sempre muito bem sucedido: conversões, quebrantamento, batismo com o Espírito Santo, curas. Acima de qualquer suspeita, o pregador tinha seu ministério confirmado pelos vários sinais que o seguiam e contava com a aprovação das igrejas por onde passava.

Mas como nada fica oculto, um dia, sem qualquer força exterior, ele caiu em si. Sentia o peso de seus pecados pela primeira vez. Envergonhado, abatido, pediu perdão a Deus e desejou pela primeira vez em anos, abandonar as práticas abomináveis. Sempre que era tentado, era também vencido. Não alcançara a libertação plena. Desejava a libertação, mas era mais forte que ele e, por isso, continuava pesado na alma. Conforme crescia sua angústia, também lhe aumentava a fama e seu nome era ainda mais ventilado, mantendo sua agenda sempre cheia de compromissos.

Um dia, pesado como das outras vezes, antes de pregar, fez a Deus uma oração. Pediu ao Senhor que lhe envergonhasse, tornasse público o seu pecado, assim, ele acabaria com a farsa que vivia. Quando orou assim, viu uma irmã levantar-se de seu lugar e caminhar em sua direção. Pensou: "Deus me ouviu!". Ao aproximar-se, a irmã disse a ele que se preparasse, que naquele dia ele seria grandemente usado nas mãos do Senhor e que testemunharia muitos milagres. E assim foi: salvação, curas, dons espirituais, batismos e renovo. Um culto cheio do mover de Deus. Terminando ali, ele vai ao quarto do hotel onde estava hospedado e, quebrantado ora, até perder as forças e dormir. Pela madrugada, acordou assustado, seu quarto estava todo iluminado. Quando fez que ia levantar, um ser celestial tinha uma espada ao seu pescoço e lhe disse: "Estou te esperando no dia do juízo!"

Sinceramente, não sei o fim daquele pregador, mas considero ser uma história que retrata a vida de muitos de nós. Temos como ministério bem-sucedido a agenda cheia e aceitação por parte dos ouvintes. Às vezes, isso toma o lugar da piedade, da comunhão com Deus e da vida consagrada. Começamos a pensar que por nós mesmos, somos capazes de levar adiante o ministério, dependendo cada vez menos de Deus e cada vez mais de nossas habilidades.

Deus vai cobrar!

E receio, com todo temor do meu coração escrevo, que seja tarde demais. Alguns consideram impossível retirar a máscara, da indumentária de santidade, da aparência de piedade, que nega a fé. Parece ser impossível voltar, arrepender-se, reconsiderar e recomeçar. Esquecem que não é por eles mesmos, é pelo Reino, pelo Rei!

Não sei qual a sua situação hoje, mas gostaria de encorajá-lo a mudar, seguindo alguns passos:

1. Entenda que servir, tendo em vista o perdão sem arrependimento, não funciona.

2. Pare o que está fazendo agora e só volte a fazê-lo, quando tiver a certeza de sua reconciliação.

3. Não se permita profissionalizar o seu chamado. Jamais!

4. Considere que, sempre que possível, é necessário avaliar espiritualmente o ministério.

5. O sucesso ministerial não é medido apenas por aplausos, mas por frutos e os frutos nem sempre ganham aplausos.

6. A aprovação dos homens é enganosa; a aprovação divina abre portas impossíveis.

7. Você não precisa estar em evidência sempre. As lições de Deus se dão no vale.

8. Reconheça no seu coração que é apenas um instrumento de Deus.

9. Reserve tempo para oração e leitura da Bíblia. Deus dá aos que buscam.

10. Mantenha-se dependente sempre e considere cada oportunidade como se fosse a última.

11. Não economize em dedicação e dê tudo de si sempre que tiver oportunidade.

Nenhum comentário:

LIVRE, MAS LIMITADO

Você é livre, é verdade. Inteiramente livre. Profundamente livre. É livre como nunca foi. Mas ainda que sejamos livres para fazer o que quis...