terça-feira, 25 de dezembro de 2018

EQUILÍBRIO


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Houve um tempo em que não nos importávamos com o pregador, desde que ele pregasse a Palavra de Deus. Não nos atrevíamos a falar nada, porque tínhamos um profundo temor em relação ao mensageiro de Deus. Isso passou! Não porque tenhamos perdido o "temor" pelo "homem da Palavra", mas porque passamos a olhar exatamente para o que Jesus nos ensinou quanto aos frutos.

De uns anos pra cá, tenho ouvido muitos sermões fazendo um apelo a uma vida conforme o sermão, ou seja, uma busca por um equilíbrio entre o que se vive e o que se prega.

Recentemente, ouvi um pastor contar que certo pregador, desejoso por um Ministério de pregação impactante, tomou em suas mãos o sermão de Johnathan Edwards "Pecadores Perdidos nas Mãos de um Deus Irado" e decorou-o completamente, recheando com sua eloquência e avidez. Obteve uma oportunidade e pregou-o na íntegra. Pasmem, ao invés de se agarrarem as colunas do templo, como diz a história do antigo pregador, o povo "agarrou-se" ao sono. Nada aconteceu!

Um jovem seminarista, inflamado pelo desejo de pregar, esboçou sua mensagem no Salmo 23, o conhecido Salmo do Pastor. Em sua prédica, expôs minuciosamente cada palavra do salmo, enfatizando o original hebraico e os tempos verbais. A Igreja estática ouviu-lhe sem esboçar qualquer reação. Dias depois, um velho pastor leu o mesmo salmo, na mesma Igreja e os irmãos puderam celebrar a linda exposição bíblica. O jovem seminarista aproximou-se do velho pastor e disse-lhe: "Há poucos dias, preguei neste mesmo salmo, enriquecendo a Igreja com os detalhes exegéticos e nada aconteceu. Agora o senhor vem e prega o que todos já sabem e a Igreja se alegra. O que aconteceu? O que você tem?" O velho pastor respondeu: "O que aconteceu? O que eu tenho? A diferença, meu filho, é que você conhece o 'Salmo do Pastor', mas eu conheço 'O Pastor do Salmo'!"

Assim tem sido nos nossos dias. Ouve-se brilhantes sermões de quem não tem nada de Deus. Os homens piedosos estão em extinção. Busca-se mais leitura do que oração. Passa-se mais tempo debruçado em cima de livros do que com os joelhos no chão. Perguntaram à Aiden Tozer: "O que é mais importante: ler a Bíblia ou orar?" Ele respondeu: "O que é mais importante para um pássaro: a asa direita ou a asa esquerda?" Nossa vida cristã como pregador do Evangelho não pode ser dissociada daquilo que vivemos.

Tenho ouvido sermões duros de quem é liberal. Tenho ouvido sermões profundos de quem é superficial. Tenho ouvidos sermões que exaltam a vida cristã de quem é profano. Tenho ouvido sermões sobre família de quem já trocou de cônjuge. Tenho ouvido sermões sobre criação de filhos de quem já perdeu os seus. Tenho ouvido sermões sobre fé de quem chora suas misérias. Tenho ouvido sermões sobre misericórdia de quem é ávido por julgamentos e lerdo para ajudar o próximo. Tenho ouvido sermões sobre honestidade de quem publicamente conduz a Igreja para seus próprios devaneios. Isso precisa mudar!

O seu sermão condiz com o que você prega? Sua vida é aliada do seu sermão ou testemunha contra ele? Na próxima vez que for pregar, não pregue nada que não seja uma verdade em sua vida. Não pregue nada que não seja o Evangelho e que o Evangelho seja a sua vida. Como bem disse F. B. Meyer: "A maior prova de que a Bíblia é a verdade e funciona, são as vidas transformadas daqueles que creram nela".

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LIVRE, MAS LIMITADO

Você é livre, é verdade. Inteiramente livre. Profundamente livre. É livre como nunca foi. Mas ainda que sejamos livres para fazer o que quis...